O lucro no Brasil é mais de duas vezes superior ao que FIFA teve com a Copa de 2006 na Alemanha e três vezes o valor da África do Sul, em 2010.
A Copa de 2014 será a mais cara da história. Em comparação com as duas últimas edições, o valor já é três vezes maior do que da Alemanha em 2006 e quatro vezes o que foi gasto na África do Sul em 2010. O lucro da FIFA também atinge recorde e dobra em relação à previsão feita inicialmente, em 2011.
O levantamento foi feito pelo jornal O Estado de S.Paulo. Segundo a publicação, o governo brasileiro já admite que a Copa do Mundo de 2014 sairá mais cara do que o previsto. Na última terça-feira (18/06), o secretário executivo do Ministério dos Esportes, Luis Fernandes, revelou que o valor subirá para R$ 28 bilhões em julho. O que representa um aumento de mais de 10% em comparação com a última previsão, feita em abril, que apontava um custo total de R$ 25,5 bilhões. Se comparado com previsões de 2011, a conta cresceu R$ 6 bilhões, contabilizando uma inflação de 27%.
O discurso é de que o valor ainda está abaixo do teto estabelecido em 2010, de R$ 33 bilhões. Entre os motivos alegados, estão o incremento no custo do Maracanã, no Rio de Janeiro e do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Oito horas depois da declaração, o governo explicou em nota que “não houve, portanto, aumento de orçamento, e sim evolução nos investimentos”. No início, os estádios custariam R$ 5,5 bilhões. Hoje, o previsto é de mais de R$ 7,1 bilhões. Só o custo do estádio de Brasília já o coloca entre os dez mais caros do mundo.
O grande argumento de Fernandes e da própria FIFA é do legado que o evento deixará para o Brasil, com investimentos em infraestrutura, mobilidade urbana e outros setores. Para o secretario executivo, o Brasil vive uma oportunidade histórica para o desenvolvimento do país. “É muito mais fácil liberar recursos com Copa que em outro momento”, explicou.
Sobre as manifestações e protestos contra os gastos elevados com as obras do Mundial, ele acredita que não existe uma “oposição generalizada” no Brasil em relação ao torneio e atenta para “setores desinformados, que não estão recebendo informações adequadas”.
Segundo Fernandes, R$ 9 bilhões dos R$ 28 bilhões serão destinados para o transporte público e 51 obras de mobilidade urbana em todo o Brasil. Do total, cerca de R$ 3,8 bilhões será dinheiro privado.
O Comitê Local, por sua vez, apresenta um estudo de uma consultoria para provar que é válido organizar a Copa do Mundo aqui. O material aponta que os investimentos proporcionarão um fluxo de R$ 112 bilhões no país, além de um aumento de renda de R$ 63 bilhões.
Entretanto, não é apenas a quantia de dinheiro que sai dos cofres brasileiros que aumenta. O lucro da FIFA também vem explodindo com a Copa brasileira. Na primeira avaliação, realizada em 2011, a FIFA projetava que teria um gasto de U$3,2 bilhões para organizar o Mundial e apresentaria uma receita de U$ 3,6 bilhões. Com a proximidade do evento, a realidade já supera qualquer expectativa. O secretário-geral da FIFA, Jerôme Valcke, confessa que a renda superará o valor de U$ 4 bilhões, dobrando o lucro da entidade com a Copa. Além disso, o governo concederá uma isenção de impostos de R$ 1 bilhão.
Jefferson Cavalcante por Época Economia