Adriano era só alegria na entrevista coletiva depois da vitória do Atlético-PR sobre o The Strongest,
na noite desta quinta-feira, na Vila Capanema, pela primeira rodada do
Grupo 1 da Libertadores. O Imperador jogou apenas os oito minutos finais
da partida e nem chegou tocou na bola, mas comemorou muito o retorno
aos gramados após quase dois anos – não entrava em campo desde 4 março
de 2012, quando vestiu pela última vez a camisa do Corinthians. De lá
para cá, sofreu com lesões e chegou a cogitar pendurar as chuteiras.
Desistiu da ideia e voltou aos gramados. Aos 31 anos, o camisa 30
rubro-negro lembra que ainda não está 100% recuperado, mas celebra uma
vitória pessoal. Uma "pequena volta por cima", como ele mesmo definiu.
– Você vai aprendendo com a vida. Vamos dizer que ainda não dei totalmente a volta por
cima, mas dei uma pequena volta por cima. Isso
demonstra para as pessoas que é só querer para conseguir alcançar
seus objetivos. Hoje foi uma primeira caminhada, e ainda tenho uma longa
estrada pela frente. Espero poder continuar nessa mesma
concentração, na forma como venho trabalhando. Espero voltar o
mais rápido possível ao topo fisicamente, e não que eu esteja mal, mas o ritmo de
jogo é muito importante para um atleta. Fisicamente, não estou me
sentindo bem. Mas falta pouco – disse o atacante.
Ainda tenho uma longa estrada pela frente. Espero poder continuar nessa mesma concentração
Adriano, atacante do Atlético-PR
A
emoção de Adriano, porém, começou muito antes. Quando ele entrou com os
outros 17 jogadores para o aquecimento, ouviu os primeiros gritos de
"Ah, é Adriano" e "O Imperador voltou". No começo do segundo tempo, no
momento em que Furacão vencia por 1 a 0, mas encontrava dificuldades na
partida, o coro voltou a se repetir. E na hora em que o técnico Miguel
Ángel Portugal o chamou, aos 40 minutos de etapa final, o estádio
comemorou como um gol.
– Foi um momento de muita emoção. Estou
muito feliz por voltar a jogar futebol depois de quase dois anos, por
entrar em campo e poder estar defendendo um clube como o Atlético.
Enfim, estou feliz por mim e também pelo grupo, que fez uma partida
maravilhosa, com muita dedicação. Espero que possamos dar sequência
nessa campeonato e, quem sabe, disputar o título.
Adriano
atuou por oito minutos. Buscou o jogo, mas não conseguiu tocar na bola.
Nada disso, porém, era suficiente para tirar o sorriso do atacante
durante a coletiva após a partida.
– Eu estou mesmo muito
feliz só de poder entrar em campo. Se não entrasse, seria da mesma
forma. Eu estava ali para sentir, de novo, essa sensação de felicidade,
para me sentir um jogador de futebol. Estou muito feliz por ter corrido
um pouquinho, jogado um pouquinho, apesar de não ter tocado na bola. Foi
muito importante para mim – comentou.
Adriano destaca apoio extracampo
Adriano
chamou mais atenção, durante os últimos dois anos, por problemas
extracampo do que por gols. Com lesões na panturrilha e no tornozelo,
ameaçou pendurar as chuteiras. No começo de dezembro de 2013, porém, o
Atlético-PR abriu as portas para ele. Com apoio fora das quatro linhas, o
jogador melhorou o condicionamento físico e pôde voltar aos gramados.
– O
Atlético botou pessoas para me ajudar bastante, primeiramente para que
eu pudesse retomar a pessoa Adriano, depois para que eu conseguisse
retormar o Adriano jogador. É um trabalho feito desde dezembro, e um
trabalho muito bom. Estou cumprindo tudo o que estão me passando, me
sentindo muito bem. Tenho que melhorar muita coisa, mas para mim é uma
grande volta após dois anos parado. Tive duas contusões no tendão que me
deixaram indeciso sobre o que fazer da vida. Em alguns momentos, pensei
em desistir. Em outros, queria voltar. Mas minha família sempre me
apoiou. Meus amigos e outras pessoas também – concluiu.
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