Para não depender de ninguém na última rodada, o Cruzeiro, com sete
pontos, precisa vencer o Real Garcilaso, no Mineirão, por três gols de
diferença. A equipe peruana tem três e já chega para a partida
eliminada. Triunfo por um ou dois gols ainda garante a Raposa nas
oitavas, desde que o Defensor, do Uruguai, que tem dez pontos, vença ou
empate com La U, que tem nove, em Montevidéu. Aos chilenos só a vitória
interessa para a equipe avançar, ou então torcer por um tropeço do
Cruzeiro, em Belo Horizonte. As duas partidas serão na próxima
quarta-feira, às 22h (de Brasília).
Santiago ou BH?
Pintadas de azul, cores da Universidad de Chile e também do Cruzeiro,
as arquibancadas do Estádio Nacional, em Santiago, poderiam ser
facilmente confundidas com as do Mineirão, ainda mais se levado em conta
o futebol apresentado dentro de campo. Como só a vitória mantinha a
Raposa viva na Libertadores, a equipe de Marcelo Oliveira tratou de
tomar conta das ações e ignorar o adversário dentro de campo, e também
os mais de 30 mil torcedores presentes no estádio.
Com personalidade e maturidade, virtudes que vinham faltando ao atual
campeão brasileiro, o Cruzeiro não demorou a achar o caminho das redes.
Aos 16, Éverton Ribeiro bateu falta da intermediária e encontrou Bruno
Rodrigo, no meio da defesa, para testar firme e vencer Jhonny Herrera. A
bola ainda tocou no travessão antes de entrar.
O gol não causou impacto aos torcedores, que continuaram a incentivar a
equipe da casa, mas a esta altura já estava nítida a inferioridade
técnica dos donos da casa. Defendendo com tranquilidade, o Cruzeiro só
pecou ao dar muito espaço ao rival, que por duas vezes perdeu chances
nítidas. Na primeira Bruno Rodrigo tirou com Fábio já vencido, e a outra
passou muito perto em chute de Rubio que foi para fora.
Mas em uma de suas melhores virtudes, o contragolpe, o Cruzeiro
ampliou. A bola passou por Lucas Silva, Dagoberto e Ricardo Goulart, até
chegar a Samudio, que bateu rasteiro para fazer 2 a 0, aos 39. No
último minuto da primeira etapa, Fábio ainda apareceu para salvar e
garantir a vantagem em chute à queima-roupa de Cereceda.
Com boa vantagem no placar, o Cruzeiro passou a tentar usar ainda mais
os contra-ataques. Marcelo Oliveira retraiu ainda mais o time ao trocar
Goulart e Ribeiro por Souza e Luan, respectivamente. A outra alteração, o
veloz Willian por Dagoberto, ainda rendeu à equipe ficar com um jogador
a mais, já que Caruzzo recebeu o vermelho direto por entrada no camisa
17.
No desespero, a Universidad de Chile até tentou, mas as melhores
oportunidades ainda eram da Raposa. Júlio Baptista e Souza obrigaram
Herrera a impedir o placar mais dilatado. Willian, numa linda cobertura
venceu o goleiro, mas parou no travessão.
No fim, o lateral Samudio, um dos melhores em campo, recebeu o vermelho
para deixar os times com o mesmo número de jogadores em campo. Mas foi
só nisso que os chilenos conseguiram a igualdade, já que prevaleceu a
experiência do Cruzeiro, mais vivo do que nunca na briga pelas oitavas
de final da Libertadores da América.
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