22/07/2014

Faculdade abre pós-graduação em Metodologia do Futebol no RN, coordenado por Marcelo Henrique


Técnico Ricardo Drubscky (esquerda) veio a Natal ministrar palestra na pós-graduação em Metodologia do Futebol, coordenada por Marcelo Henrique (direita)

A formação do técnico brasileiro mudou nos anos mais recentes. Se para melhor ou pior, o futuro dirá. Mas o que é certo é que esse mercado teve um ganho e tanto com a nova geração: quem busca um dia comandar um grande time de futebol no Brasil - ou fora dele - passou a estudar. E a estudar muito. É a tendência mundial do esporte. E os dirigentes das principais equipes brasileiras passaram a ver com bons olhos essa dedicação. Não é preciso ter sido jogador de futebol profissional para comandar um elenco de futebol.  Quem se baseia única e exclusivamente nesse histórico tem saído cada vez mais do mercado. A prova pode ser tirada pela última Copa do Mundo. 
Ao redor do planeta se expandem cursos de formação de treinadores e muitos interessados. Em Natal, o Centro Universitário do Rio Grande do Norte (Uni-RN) tem oferecido a pós-graduação em Educação Física de Metodologia de Futebol.Um dos convidados recentes para ministrar no curso foi técnico do Goiás Esporte Clube, Ricardo Drubscky. Mineiro de Belo Horizonte, o treinador tem 54 anos e quase 20 só como técnico. Apesar disso, representa bem a escala de novos treinadores brasileiros.
Ele tinha o sonho de ser jogador de futebol, mas nunca conseguiu. “Por razões óbvias”, brinca. Mesmo assim, correu atrás de viver do esporte que ama. Formou-se em educação física pela Universidade Federal de Minas Gerais e estudou. Estudou muito pra chegar aonde chegou. Estudou tanto que escreveu um livro intitulado de “O Universo Tático do Futebol – Escola Brasileira”. 
Hoje ele ainda não é visto como um técnico de alto escalão no cenário nacional, mas é com um dos bons nomes em ascensão. Venceu a Série D com o Tupi em 2011, passou o ano seguinte no Atlético-PR na Série B e no início da Série A de 2013 e, neste ano, após trabalhos rápidos em Criciúma e Joinville, voltou à Primeira Divisão para comandar o Goiás, que parou para a Copa do Mundo na sétima posição.“É a lei natural das coisas. O futebol mudou, não dá pra fazer futebol como se fazia antigamente. É uma maneira de começar a acordar para essa realidade de qualificar mais a mente e os fissionais de futebol”, disse Drubscky em conversa com a reportagem do NOVO JORNAL.
A especialização no futebol ficou um pouco na bandeira de escanteio no Brasil. Bastava, muitas vezes, ter pulso firme, ser uma espécie de coronel no vestiário, para ganhar a confiança dos dirigentes. Ledo engano. Enquanto isso, a Europa passava por um processo de estudo a fundo do mundo dentro das quatro linhas, com escolas de especialização e livros teóricos cada vez mais no mercado.

“Nós demos uma adormecida. Nós temos alguns dogmas sendo mantidos ao longo desses anos e isso de certa forma deu uma estacionada no desenvolvimento do conteúdo do treinamento, do conteúdo da qualidade de jogo”, avalia Drubscky.Para o professor – esse pode ser chamado assim – o fato do povo brasileiro ser mais ansioso influenciou um pouco. “Algumas coisas aconteceram em paralelo. A sociedade brasileira é mais ansiosa, as buscas por respostas são cada vez mais rápidas e os técnicos trabalham de uma maneira mais instável. Colocando isso tudo na panela, a gente perdeu um pouco de gás no que diz respeito à ‘arquitetação’ do jogo, à ciência do trabalho”, acredita.

O curso iniciou no Rio Grande do Norte em 2013 e tem como coordenador Marcelo Henrique, que também é fisiologista do ABC .

Portal Esporte São José do Sabugi

Com Novo Jornal

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