17/01/2014

Encontrado em 'condição deplorável', ataccante Valdiram ex Vasco é dispensado do Comercial-AL



O atacante Valdiram vive mais um drama na carreira. Depois de atuar ao lado de Romário e ganhar destaque nacional com a camisa do Vasco em 2006, quando foi artilheiro da Copa do Brasil, o atleta teve problemas com a polícia, chegou a ser preso, mas ganhou outras chances para tentar vencer a dependência de álcool e drogas. Este ano, o jogador tentou recomeçar no Comercial, time do interior de Alagoas. Mas a trajetória durou pouco, muito pouco. Após arrebentar num treino, o atacante sumiu por três dias e foi encontrado em 'condições deploráveis', numa suposta recaída que tem no meio a suspeita de furto do telefone celular de um colega de time. Nesta semana, o clube comunicou o desligamento de Valdiram.
Segundo a direção do clube, ele chegou a Viçosa acompanhado de um amigo, pedindo uma oportunidade para ser avaliado. Durante três semanas, a comissão técnica do clube, comandada por Paulo Roberto Guillard, observou atentamente o trabalho do atleta, de 31 anos. Aprovado no teste, o jogador foi contratado no último dia 8, mas, depois disso, segundo o presidente do clube, Flavius Flaubert, vieram os problemas.
- O atleta foi avaliado por quase um mês e seu comportamento foi exemplar. Inclusive, ele disse que não bebia há dois anos e me pediu para trocar a pensão em que estava hospedado pela concentração do clube, alegando estar muito perto de pessoas que bebiam. Entendemos e autorizamos a mudança. Fechamos contrato com o jogador na quarta-feira da semana passada e ele arrebentou no treino de quinta. Chamou a atenção de todos que viram o trabalho, mas, após esse treino, ele sumiu. Não treinou na sexta, faltou ao jogo de sábado e pedi a pessoas que tinham contato com o jogador para avisá-lo que seria dispensado. No domingo, ele foi à concentração buscar as coisas e levou um celular de um jogador nosso – contou o dirigente do Comercial.
Valdiram, Comercia de Viçosa-AL (Foto: Reprodução TV Gazeta)Valdiram ficou pouco tempo no Comercial (Foto: Reprodução TV Gazeta)


Segundo Flavius, a direção do clube alagoano passou a investigar o caso e o jogador foi encontrado em péssimas condições.
- Pessoas que conhecem bem Viçosa descobriram o celular numa boca de fumo da cidade. Valdiram havia vendido o celular por R$ 50,00. Depois, ele foi encontrado por essas pessoas, sendo uma delas o nosso supervisor, Flávio Chila, em condições deploráveis, até desmaiado. Havia no local velas e latas, que dão a entender que houve consumo de crack. É uma situação triste, que estou expondo porque todos em Viçosa ficaram sabendo. É lamentável porque o jogador estava há dois anos longe das drogas e do álcool e trabalhou muito bem, jogando absurdamente. Não dá para acreditar nas jogadas que fez nos coletivos. O nível dele é muito alto. Infelizmente, essa foi uma recaída e ele precisa de ajuda, de tratamento – declarou o dirigente, que não levou o caso à polícia. 
 Ele foi encontrado em condições deploráveis"
Flavius Flaubert, presidente do Comercial
 O supervisor do Comercial confirmou a versão do presidente e acrescentou mais detalhes.
- A situação do atleta é complicada. Treinou muito bem e a gente estava fazendo uma aposta muito grande nele. Na concentração, teve uma situação muito estranha. Fui comunicado que ele levou o celular de um jogador, que prefiro não dizer o nome, e ele foi dispensado por isso. Não envolvemos a polícia na questão, até porque sabemos que é uma pessoa que necessita de tratamento. Quando o encontrei, ele estava alcoolizado ou alguma coisa desse tipo, até porque não sei quando alguém está drogado. A fisionomia era totalmente diferente da normal do Valdiram. Entramos em contato e pedimos ao pai dele para vir buscá-lo. Na última segunda-feira, ele deixou Viçosa - narrou Flávio Chila.
01
Guillard lembra de valdiram na base do CRB

Treinador do Comercial, Paulo Roberto Guillard disse conhecer Valdiram de longa data.

- Em 1999, eu era gerente-geral do CRB e o Valdiram foi trazido por um diretor para o time juvenil, então com 17 anos. Nesse tempo, já era um jogador de extrema qualidade, mas que precisava ter um acompanhamento de perto. Os anos se passaram e o reencontrei agora no Comercial. Ele me passou toda a história que estava afastado das drogas e do álcool, e lhe demos uma oportunidade. Começamos normalmente os trabalhos, já que é um jogador de muito boa qualidade. Depois dos testes e do bom comportamento, dentro e fora de campo, a gente resolveu apostar nele. Mas nos cinco, seis últimos dias, infelizmente, ele voltou a essa vida antiga, então liberamos o jogador para se tratar na cidade dele. É muito triste - declarou Guillard.
O GloboEsporte.com tentou por várias vezes contato com o jogador, mas o telefone celular estava desligado.

Globoesporte.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário